"electricity on horizon"


Panorama actual

Petróleo – um recurso finito

A energia sustenta toda a civilização, e a maioria dessa energia é hoje proveniente de um recurso não renovável, o petróleo. Praticamente tudo que diz respeito à produção e consumo, de bens ou serviços, depende de energia obtida através do petróleo.

O tema da escassez do petróleo demorou a chegar a público e a ser debatido pela sociedade. Hoje a sua escassez é sentida no aumento dos preços de praticamente todos os bens e serviços com principal ênfase nos combustíveis cujos preços são afectados mais directamente pelo preço do petróleo.

“As descobertas de petróleo a nível global atingiram o seu pico em 1964 e têm seguido uma firme linha descendente desde então. A taxa de utilização de petróleo acelerou tremendamente desde 1950. Após o pico de produção, a procura mundial excederá a capacidade mundial de produção de petróleo.” [1]

Hubbert conhecido na geologia do petróleo pela teoria do pico petrolífero e pela curva de Hubbert que previa esse mesmo pico, previu em 1956 que a produção de petróleo nos dos Estados Unidos da América teria o seu pico no início dos anos 70, essa previsão viria a mostrar-se acertada, e desde então Hubbert ganhou a atenção dos mais cépticos.

Nas projecções a nível mundial verifica-se para 2050 uma produção equivalente à de 1960, tendo em conta a diferença populacional, e o desenvolvimento industrial entre estes dois anos, é fácil concluir que se avizinham dias difíceis, e uma real necessidade de mudança de mentalidade no que respeita ao uso desta fonte de energia.

Figura 1 – O pico na exploração de petróleo convencional a nível mundial foi atingido por volta de 2008 [2].

Conceito de EROEI:

EROEI (Energy Returned of Energy Invested) é o indicador que indica se determinada tecnologia de captura de energia é sustentável.

 

Para que uma tecnologia de captura de energia seja viável a energia obtida tem de ser superior à energia investida, logo segundo a expressão o EROEI tem de ser superior a um, e quanto maior mais rentável é a tecnologia. A energia investida depende da localização, da profundidade a que se encontra o petróleo e da sua variedade pois umas são mais dispendiosas de refinar do que outras. Nos últimos anos tem-se verificado um aumento na energia investida e isto tem-se traduzido numa diminuição do rácio entre a energia obtida e a energia investida.

A civilização tem vindo a sustentar-se no petróleo, um recurso não renovável, que tem gasto como se fosse inesgotável. Torna-se hoje evidente que a exploração de petróleo convencional atingiu já o seu pico de exploração e que a era da energia barata acabou.

 

Figura 2 – Evolução do preço do barril de petróleo desde 1970, ano em que ocorreram as primeiras crises petrolíferas [3].

1ª Lei da Termodinâmica:

A Energia não pode ser criada, esta só pode ser convertida de uma forma de energia noutra forma de energia!

Torna-se clara a necessidade de adopção de uma nova mentalidade energética, preocupação que tem vindo a ser discutida por vários países, mas que continua a ser “descartada” por alguns dos desenvolvidos e em vias de desenvolvimento. A resistência à mudança de mentalidade poderá levar ao colapso da civilização, tal como hoje a conhecemos. 

 As emissões de CO2

A outra face do uso da fonte fóssil são as emissões de CO2 para a atmosfera, que provocam o efeito de estufa, dando origem a mudanças climatéricas que põem em risco a sobrevivência de seres vivos incluindo a do ser humano. Este tema mais interiorizado pela sociedade, que o pico do petróleo, já teve grande mediatização com o protocolo de Quioto, onde países se comprometeram a reduzir as taxas de emissões. Nesse âmbito os países são aconselhados, entre outras medidas, a reformar os sectores da energia e dos transportes e a promover o uso de fontes energéticas renováveis [4].

Figura 3 – Emissões de CO2 ao longo dos anos e previsões para anos futuros [5].

A melhoria das tecnologias de armazenamento de energia contribui para a diminuição das emissões de CO2, pois para além de melhorar o aproveitamento das energias renováveis que têm um perfil intermitente e cuja energia precisa ser armazenada quando é gerada para ser utilizada quando necessária, favorece a afirmação da mobilidade eléctrica onde o principal obstáculo é a autonomia.

Quer pelo aproximar do fim da energia barata provocada pela escassez de petróleo, quer pela necessidade de reduzir as emissões de CO2 torna-se evidente a importância de uma nova mentalidade energética, e no âmbito dessa nova mentalidade a descoberta de novas e melhores formas de armazenamento de energia assume um papel de crucial importância.

 Referências

[1] "The Long Emergency - Surviving the converging catastrophes of the twenty-first century"

[2] Luís de Sousa, “ O Pico do Petróleo”, https://www.energiasportal.com/2009/03/o-pico-do-petroleo/, Março de 2009, acedido em Janeiro de 2012.

[3] “Let’s drive electric ‐ Electric and Hybrid Vehicles”; Challenge Bibendum Booklets.

[4]Wikipedia, “Protocolo de Aquioto”, https://pt.wikipedia.org/ wiki/Protocolo_de_ Quioto, acedido em Janeiro de 2012.

[5] “More air! - Reduce CO2 emissions in road transport”; Challenge Bibendum Booklets.